segunda-feira, 31 de março de 2014

Gestão rigorosa reduz a dívida e mantem níveis de atividade e investimento

A Câmara Municipal de Palmela aprovou a Prestação de Contas de 2013, na quinta-feira, dia 27, em reunião extraordinária. O documento, que será agora submetido à Assembleia Municipal, revela que as receitas arrecadadas pela autarquia - cerca de 43,8 milhões de euros -correspondem a uma das mais elevadas desde 2010 e apresenta uma taxa de execução de 95,3 por cento.

As receitas correntes foram superiores às despesas correntes, dando cumprimento ao princípio do equilíbrio orçamental.

Honrar os compromissos assumidos e reduzir encargos financeiros, de forma a libertar recursos para o investimento e garantir os serviços públicos essenciais foram objetivos que presidiram à gestão de 2013.

A aquisição de bens de capital regista uma redução de 39 por cento (2,3 milhões de euros), em resultado do fim das intervenções no Centro Histórico de Palmela, financiadas pelo QREN, mas também pelo facto de grandes obras do plano de investimentos serem plurianuais. 

Verifica-se, por outro lado, uma diminuição de passivos financeiros de 31,4 por cento (um milhão de euros). A dívida a fornecedores decresceu 23 por cento, tendo sido pagos, neste período 2,4 milhões de euros.

A despesa consolidou a redução já registada em 2012, em áreas de funcionamento da estrutura, em resultado da aplicação de novas medidas, designadamente, a redução de 4 por cento no aluguer de instalações, a redução de 11 por cento em material de escritório e consumíveis, de menos 25 por cento em comunicações e menos 6,3 por cento, em encargos com instalações, entre outros.

Os resultados alcançados vieram confirmar a justeza das opções e prioridades definidas, ainda que alguns dos reflexos tenham apenas visibilidade ao longo deste ano, designadamente a conclusão de algumas obras plurianuais relevantes para a qualificação do território – a beneficiação da estrada que liga o Caminho Municipal 1029 e a Circular Norte à Autoeuropa, a construção do Espaço Cidadão, no Centro Histórico de Palmela, a construção da ciclovia em Pinhal Novo e a Rotunda na Estrada Nacional 379 (entrada de Palmela).

Foram áreas prioritárias de investimento as atribuições no domínio das Funções Sociais, designadamente da Educação, com a garantia de transportes escolares a 2500 alunos que residem a mais de dois quilómetros da escola (a lei determina o dobro da distância para a concessão deste apoio) e com o programa de alimentação escolar, disponibilizando uma refeição diária gratuita a 94 por cento das crianças e alunos do 1º ciclo do ensino básico e pré-escolar. Cerca de um milhão e meio de euros foram aplicados nestes apoios sociais, fundamentais para o sucesso educativo, além do investimento nas despesas de funcionamento e conservação das escolas.

Manteve-se, por outro lado, uma intensa atividade em múltiplas áreas da vida cultural, desportiva, económica e associativa, em parceria com agentes da comunidade que mantiveram com a autarquia uma relevante e profícua relação de trabalho.

De igual modo, foi definida como objetivo central a qualificação dos serviços prestados aos munícipes, destacando-se a qualificação e modernização do Atendimento Municipal.

Apesar dos constrangimentos financeiros, mais de um milhar de intervenções de conservação e beneficiação de rede viária, águas, saneamento e arranjo de espaços verdes foram concretizadas por administração direta, com os recursos humanos e materiais da autarquia.

Face às restrições de novos recrutamentos e à necessidade de trabalhadores com competências específicas, a autarquia investiu na formação interna, fomentando a aquisição de novas competências, requalificação e adequação a novas tarefas. O número de efetivos é o mais baixo desde 2004, exercendo funções em áreas operacionais mais de 50 por cento dos 933 trabalhadores, num território com 465 quilómetros quadrados.

A Câmara Municipal de Palmela manteve a preocupação de garantir taxas e tarifas socialmente justas - continuando a figurar entre os municípios que menos cobram pelo preço da água. Perseguindo o objetivo da recuperação e revitalização do Centro Histórico de Palmela, manteve, entre outros incentivos, a redução do IMI para prédios localizados neste espaço, que abrangeu 673 habitações.

Em 2013, ficaram por receber dívidas ao município de cerca de 2,8 milhões de euros, não estando contabilizadas as receitas provenientes de impostos municipais, cujos dados não foram fornecidos pela Autoridade Tributária. As dificuldades sentidas pelas empresas do concelho, designadamente no acesso ao crédito, refletiram-se negativamente no desempenho financeiro do município, pelo conjunto de alvarás de obras e loteamentos, licenças urbanísticas e de utilização que ficaram por levantar e, consequentemente, por liquidar. A Câmara Municipal não deixou, no entanto, de manter um papel ativo na promoção da economia local, designadamente na valorização do comércio local, dos produtos locais e dinamização da oferta turística.