O auditório da
Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal teve lotação esgotada, durante a tarde
de ontem, para a apresentação pública da Candidatura da Arrábida a Reserva da
Biosfera. O evento, em formato de conferência, reuniu intervenções de várias
entidades - Comité
Nacional do Programa Man & Biosphere, Comissão Nacional da UNESCO, Reserva
da Biosfera do Paul do Boquilobo, Entidade Regional de Turismo da Região
de Lisboa, Associação de Desenvolvimento Regional da Península de
Setúbal, Instituto Politécnico de Setúbal – que contribuíram para a
reflexão sobre o processo de candidatura e o que representa ser uma Reserva da
Biosfera, e que deixaram boas perspetivas de sucesso na obtenção da chancela,
marca de qualidade relativa a uma rede de mais de seiscentas reservas (dez em Portugal),
em 121 países.
A candidatura surge no
âmbito do programa “Homem e a Biosfera” (Man & Biosphere) e permite
potenciar todo o trabalho realizado ao longo dos anos pela equipa técnica
Arrábida, parceiros académicos e sociedade civil. Ao contrário de outras
classificações, mais restritivas, as Reservas da Biosfera valorizam valores naturais
e patrimoniais excecionais e o seu desenvolvimento sustentável, assente na
relação com quem nele vive e trabalha e com quem o visita, promovendo a
proteção do património, o seu estudo e valorização.
Envolvimento da
comunidade é determinante
Na sessão de abertura,
foram celebrados os Protocolos de Colaboração entre os Municípios de Palmela,
Sesimbra e Setúbal e a Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), para
formalização da parceria que integra, também, o Instituto da Conservação da
Natureza e das Florestas (ICNF). O Presidente da Câmara Municipal de Palmela,
Álvaro Balseiro Amaro, considera que «o desafio a que nos propusemos comporta
passos mais dirigidos às condições concretas da vivência da Arrábida», com as
suas dimensões natural, rural e turística, lembrando que a tarefa mais difícil
que enfrentamos é «encontrar forma de envolver mais as pessoas», porque esta
não é uma candidatura das autarquias, mas das comunidades.
Maria das Dores Meira,
Presidente do Município de Setúbal, lembrou que a Arrábida é «território
central numa estratégia de desenvolvimento regional», sublinhando que a
chancela da UNESCO trará «reconhecimento internacional». Para a Vice-Presidente
da Câmara Municipal de Sesimbra, Felícia Costa, a candidatura será «mais-valia
para a sustentabilidade da Arrábida», território de «singularidade ecológica,
patrimonial e cultural». A Presidente do Conselho
Diretivo do ICNF, Paula Sarmento, reforçou a importância de envolver as forças
vivas da região, para um processo mais participado e seguro, e Rui Garcia,
Presidente do Conselho Diretivo da AMRS falou do papel instrumental desta
candidatura, como meio para dotar a Arrábida de melhores condições e para
impulsionar o seu desenvolvimento harmonioso.
A par do encontro, a
organização lançou, ontem, a página do facebook da candidatura. Aceda aqui e
acompanhe o processo, passo a passo.