segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Depois de Pinhal Novo, as Semanas Descentralizadas chegaram à Marateca

A Câmara Municipal de Palmela realizou, entre 13 e 17 de fevereiro, uma semana de trabalho descentralizado especialmente dedicada a esta freguesia da Marateca. A semana integra o ciclo anualmente dedicado às cinco freguesias e contou com um programa dinamizado em parceria com a Junta de Freguesia, que contemplou várias ações, quer de caráter público, quer reuniões internas e com o Executivo da União de Freguesias, quer, ainda, um conjunto de visitas a obras, empresas e projetos, nas áreas social, cultural e económica.
   


É urgente desagregar e classificar Marateca e Poceirão como territórios rurais

A reunião entre os Executivos Municipal e da União de Freguesias de Marateca e Poceirão decorreu terça-feira, dia 14 e constituiu uma oportunidade para fazer o ponto de situação relativamente a obras e investimentos concluídos, em curso ou programados. Durante este encontro, fez-se também uma avaliação do cumprimento do protocolo de delegação de competências municipais para a freguesia. O balanço foi considerado positivo, com melhorias substanciais nas áreas mais problemáticas, designadamente, a recolha de monos (com a remodelação dos circuitos de recolha) e a conservação da rede viária. Em fase de revisão estão os acordos de execução relativamente à manutenção das escolas e espaços de jogo e recreio. No âmbito desta avaliação, foi solicitado apoio do Município para encontrar uma solução técnica de contenção das terras, nas obras de ampliação do cemitério de Águas de Moura.

Nesta reunião foi apresentada a avaliação e o parecer negativo que a autarquia emitiu, em resposta ao pedido da DGAL, sobre a agregação das Freguesias em União das Freguesias de Marateca e Poceirão. A agregação das duas freguesias não teve qualquer vantagem para as entidades e para as populações e tem sido, pelo contrário, contraproducente em vários aspetos, sendo urgente a tomada de medidas que exigem coragem política e que permitam a desagregação dos dois territórios. No mesmo sentido, foi reiterada a necessidade de se classificarem as duas freguesias como territórios rurais de baixa densidade, matéria que foi objeto de novo pedido de audiência ao Ministro da tutela.

Sobre a escola básica de Cajados, foi dada a informação sobre a conclusão das obras de encerramento do pátrio nascente e do início, em breve da obra de drenagem das coberturas, empreitadas que ultrapassam os 14 mil euros. Quanto à preocupação apresentada pelos encarregados de educação sobre o piso do logradouro, a areia foi substituída por areão do rio, que é um material aconselhado, mas está prevista a substituição do piso por material sintético colorido, incluída numa empreitada a executar no verão, que ascende a 60 mil euros. 

A autarquia está a trabalhar na requalificação da baixa e zona comercial de Águas de Moura e ligação à Estrada Nacional 5. Foi concluído o levantamento topográfico para execução de projeto, que prevê uma intervenção em calçada grossa, com valeta espraiada, entre a Calouste Gulbenkian e a urbanização do Sobreiro Grande, prolongando-se depois com passeio até à avenida da Liberdade. Esta intervenção será objeto de licenciamento da Infraestruturas de Portugal e em maio, será apresentada candidatura a fundos comunitários, no âmbito do Portugal 2020, de forma fazer a obra ainda este ano.

O estudo para a qualificação e arranjo paisagístico da entrada poente de Águas Moura, junto ao espaço exterior do Quartel do Bombeiros, está, também, em curso, sendo necessária a fase de negociação com as Infraestruturas de Portugal, dada a ligação à Estrada Nacional 10.

O projeto de remodelação e requalificação da EB de Águas de Moura - que foi apresentado, publicamente, durante a reunião descentralizada - está concluído e a candidatura a fundos comunitários foi aprovada no início deste mês, pelo que o concurso público será lançado logo que o empréstimo esteja aprovado e seja obtido o visto do Tribunal de Contas. A complexidade e dimensão da obra, orçada em 685 mil euros, só permitem avançar após o fim das aulas, estando já assegurada uma solução para o início do próximo ano letivo.

Também na reunião pública, divulgou-se o projeto de requalificação da sede da Associação Cultural e Recreativa de Fernando Pó que, nesta primeira fase, consiste na reabilitação de equipamentos de apoio (sanitários, etc…), mas, principalmente, na construção do Pavilhão Multiusos no logradouro, que permitirá o desenvolvimento das atividades da coletividade e, sobretudo, dotar a Mostra de Vinhos e o projeto Centro Rural Vinum das melhores condições logísticas e operacionais. Trata-se de um empreendimento importantíssimo, cuja candidatura será submetida muito em breve. A requalificação dos espaços públicos e exteriores de Fernando Pó, com estacionamento, mobiliário urbano e arborização, já tem estudo prévio para o projeto e avançará depois do verão.

O calcetamento da berma da Avenida 25 de Abril, em Cajados, a recolocação em funcionamento das bombas/repuxos dos tanques, junto à igreja de Águas de Moura (que exige uma nova solução técnica), e o problema de ocupação de parte do passeio com terras e canas, na rua 25 de abril, cujo proprietário foi notificado e não concluiu os trabalhos exigidos, foram mais algumas das questões correntes colocadas.


Centro Comunitário de Águas de Moura vai alojar Biblioteca e CRJ

Na terça-feira, dia 15 decorreu uma reunião interna no Centro Comunitário de Águas de Moura, sobre o trabalho já desenvolvido e a desenvolver naquele espaço, que se pretende cada vez mais polivalente e fruído pela população.
As instalações, continuam disponíveis, na medida da capacidade do edifício, para as instituições locais desenvolverem as suas atividades e constatou-se a grande dinâmica associativa que lá se vive, com uma programação cultural, social e desportiva cada vez mais rica – ainda este mês, tiveram início aulas regulares de Karaté. Pretende-se fortalecer e diversificar ainda mais a oferta e trazer outras propostas e atividades para aquela população, que está no limite do concelho e não dispõe, para já, de uma rede de transportes públicos que responda às suas necessidades.
No entanto, o principal ponto em discussão na reunião interna teve que ver com a definição do programa preliminar da obra a efetuar para concluir a implementação do Centro Comunitário. Ficou definido que o espaço das traseiras continuará a ser multifuncional, acolhendo espetáculos, ensaios, loja social e outras atividades, ficando a parte da frente reservada para acolher dois equipamentos municipais – o pólo da Biblioteca e um Centro de Recursos para a Juventude.


Visitas à freguesia dão a conhecer obra feita, economia e rede solidária


A manhã de quarta-feira, dia 15, foi muito rica, com um percurso pela freguesia acompanhado pela comunicação social, procurando divulgar as dinâmicas que constituem e enriquecem o território.

- O percurso teve início com uma visita à intervenção recentemente concluída, na Rua José dos Santos Tereso, no Bairro Margaça. Trata-se de uma pavimentação, no valor de cerca de 45 mil euros, que responde a uma reivindicação antiga da população. A intervenção estendeu-se até ao limite do perímetro urbano consolidado e, apesar das dificuldades colocadas pelo perfil da via já existente, conseguiu-se uma solução técnica adaptada ao terreno e aos desafios, e que já provou a sua qualidade e pertinência durante as últimas chuvas.

- Na Adega Monte Carreira – uma adega familiar – fomos recebidos por António José da Costa Carreira e tivemos oportunidade de provar os vinhos Monte Carreira, produzidos com castas tradicionais desta região. O último ano foi de qualidade para os nossos vinhos, mas marcado por uma quebra na produção de uva, com reflexos na produção de vinho, resultando em cerca de 200 mil litros que se traduzem num catálogo composto por quatro tintos, dois brancos e dois rosés, além de um abafadinho muito interessante, que deixa bem patente as suas origens caramelas. Esta produção, que já chegou aos 400 mil litros, é escoada através de uma grande superfície e da restauração, bem como diretamente ao público, sendo, também, vendido a outras adegas locais.
A empresa continua apostada em crescer e investir, estando prevista, para este ano, a plantação de 21 mil metros quadrados de vinha nova junto à adega, em Fernando Pó.



- A caminho das instalações da Cáritas, passámos por uma outra intervenção na rede viária que o Município concluiu, também, recentemente. Trata-se da repavimentação do troço final da Rua 9 de Março, em Vale da Abrunheira, Cajados. Uma obra importante, no valor de cerca de 168 mil euros, que consistiu na reabilitação do pavimento existente e no alargamento da plataforma, num troço com cerca de 2.680 metros de extensão, para melhorar as condições de circulação, segurança e conforto, bem como a drenagem. A Rua 9 de Março permite a ligação entre a Estrada Nacional 10 e a Estrada Municipal 533 e a obra incluiu o tratamento de valetas, gares para contentores e intervenção em seis aquedutos.

- Visitámos, depois, o Centro Comunitário de S. Pedro, estrutura da Cáritas Diocesana de Setúbal com a qual o Município celebrou um contrato de comodato em 2015, relativo à cedência da antiga escola do 1.º ciclo do Ensino Básico de Cajados. No espaço, que está muito bem cuidado e aproveitado, são desenvolvidas ações para vários públicos, desde atendimento social e formação para as famílias das freguesias de Marateca e Poceirão em situação de vulnerabilidade psicossocial e económica, ao apoio escolar e acompanhamento para crianças e jovens.
O projeto nasceu em 1995 e tem vindo a crescer desde então – com um pequeno interregno de um ano, ainda na década de 90 – sempre na localidade de Cajados, dinamizando um trabalho assente no desenvolvimento da autonomia e da autoestima desta comunidade.
A Diretora de Serviços, Dr.ª Isabel Rodrigues, acompanhada pela sua equipa, descreveu a população das freguesias rurais como «muito recetiva ao trabalho ali desenvolvido, humilde e interessada», sublinhando que as pessoas conhecem o que ali se faz e sabem recorrer aos serviços disponibilizados. Nos atendimentos sociais (que decorrem ali ou, uma vez por semana, de forma descentralizada, em Poceirão e Águas de Moura), a equipa analisa as necessidades apresentadas e encaminha para as diversas respostas sociais da rede. No local, são promovidas ações de formação para aumento de competências sociais, familiares e educativas, existe acompanhamento social e psicológico, é prestado apoio escolar todo o ano para jovens dos 2.º e 3.º ciclos e para as/os alunas/os do 1.º ciclo, durante as férias letivas, e dinamizadas colónias de férias em julho. Um grupo de mulheres da freguesia reúne-se, também, semanalmente, no espaço, para a realização de trabalhos manuais, para conversarem e conviverem.
As novas instalações, na antiga escola, com um magnífico pátio exterior, vieram melhorar e diversificar as condições de trabalho do Centro Comunitário, e ficámos muito satisfeitos por verificar, no local, mais um exemplo da boa utilização de um equipamento municipal que foi refuncionalizado e colocado, uma vez mais, ao serviço da comunidade.



- Houve tempo, também, para uma nova visita ao Sobreiro Grande de Águas de Moura… depois de, no âmbito da Semana da Freguesia realizada em 2016, termos apresentado o projeto de valorização paisagística para aquela árvore monumental, tivemos, hoje, oportunidade de apreciar a intervenção já concluída e acompanhada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, que além de proteger, informar e dar visibilidade ao sobreiro - que é muito procurado, particularmente por turistas estrangeiros, sensíveis às questões do ambiente – veio favorecer a sua fruição pela população local, com bancos para contemplação deste espécime, a quem chamam de “Assobiador”, mas, também, de “Casamenteiro”. No valor de 16 mil euros, a intervenção incluiu a instalação de um ginásio de ar livre e de painéis interpretativos, bem como placas direcionais para o “Sobreiro Monumental”, que serão colocadas assim que exista autorização.



        - A manhã encerrou com a visita a mais uma empresa, – desta feita, a Agrosilvestre, em Fernando Pó, que produz a marca Vinhos da Moagem. A Agrosilvestre foi fundada em 1993 pela família Figueiredo, inicialmente, apenas para comercialização de pinhas, que continua a representar uma importante fatia de negócio, destinada, totalmente, à exportação para mercados como a Espanha e a Turquia. Trata-se de uma atividade sazonal, legalmente condicionada ao período entre dezembro e março, que representa bem a vocação agroflorestal da região. A Agrosilvestre exporta, anualmente, cerca de cinco milhões de quilos de pinha. 
A vitivinicultura surgiu em 2008, com a aquisição de uma vinha e a implantação da adega, remodelada em 2010 para modernização dos sistemas de produção. Mais do que a quantidade – cerca de 300 mil litros por ano – é a qualidade que entusiasma esta família, que procura oferecer um portfolio de vinhos de exceção, entre os tintos, os brancos e os rosés, que exportam, já, para países como a Nigéria. O novo DO 100% Castelão e os vinhos de colheita selecionada são alguns dos seus maiores orgulhos.
 A plantação de seis hectares de vinha nova é um dos investimentos previstos para este ano.