segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Município de Palmela continua a apostar no trabalho descentralizado



O ciclo de Semana das Freguesias 2018 teve o seu ponto de partida em Marateca, com cinco dias de trabalho descentralizado, entre 15 e 19 de janeiro – uma oportunidade privilegiada de contacto entre o Município e o novo Executivo da Freguesia, neste início de mandato, bem como com as populações, o movimento associativo, a comunidade educativa, o tecido económico e demais agentes locais deste território rural.
Como habitualmente, o programa incluiu várias reuniões, de caráter interno e público, visitas a obras, empresas e  projetos locais. Num momento em que está em curso um importante conjunto de intervenções em estabelecimentos de ensino, em todo o concelho, o parque escolar estará, também, em destaque ao longo destas semanas.
A reunião pública quinzenal, no Grupo Desportivo e Recreativo “Leões de Cajados” e o atendimento descentralizado pelo Executivo Municipal com pelouros completaram o programa de trabalho.


O Cantinho da Milu  
      
  
Na abertura do programa de visitas à freguesia, dia 17, quarta-feira, visitaram-se as instalações d’”O Cantinho da Milu”, uma Associação Protetora de Animais, sem fins lucrativos, fundada e gerida por Emília Silva, mais conhecida como Milu.
A infância em África, numa família que prezava o amor pelos animais, influenciou o rumo que a sua vida tomaria em Portugal, acolhendo animais abandonados. A dimensão desse amor e da dedicação aos muitos animais sem lar ou maltratados levou à aquisição, em 2007, de um terreno, com 25 mil metros quadrados, onde construiu um albergue e constituiu uma equipa que se dedica, diariamente, ao propósito de cuidar destes animais - na sua esmagadora maioria, cães - proporcionando-lhes as melhores condições possíveis. No final de 2017, “O Cantinho da Milu” albergava 716 animais e, com esta dimensão, as necessidades são, também, impressionantes – são gastos cerca de 360 quilos de ração normal por dia, sem contabilizar as dietas especiais, e os custos de manutenção rondam os dois mil euros diários – pelo que a ajuda das instituições e da comunidade são indispensáveis para manter este espaço no ativo. Entretanto, a associação adquiriu uma parcela de terreno contígua, onde pretende construir uma clínica veterinária, que além de prestar apoio aos animais acolhidos no espaço, ficará disponível ao público, constituindo uma nova fonte de rendimento para a associação.
No âmbito do seu trabalho pelo bem-estar animal, “O Cantinho da Milu” tem colaborado com o Município e com as Juntas de Freguesia do concelho, no acolhimento de animais abandonados, e defende a esterilização como uma mais valia para os animais e para a sociedade. O Município já apoiou financeiramente esta associação e vai continuar a reforçar o trabalho de parceria.

             Rua 5 de Outubro, Cajados

            Visitou-se, de seguida, o troço norte da Rua 5 de Outubro, em Cajados, onde foram recentemente concluídos os trabalhos de pavimentação, faltando apenas a sinalização horizontal. Esta empreitada consistiu na pavimentação de uma extensão de mais de um quilómetro da via, tratamento de valetas em terra natural e betão e drenagem pluvial. Apesar de não ser uma zona densamente povoada, é um acesso estruturante e foi uma intervenção muito reivindicada pela população, no âmbito do processo “Eu Participo!”. O projeto foi realizado internamente e a obra custou cerca de 107 mil euros.


             Escola Básica de Cajados


Na Escola Básica de Cajados - um equipamento ampliado e remodelado em 2007, que apresenta um total de seis salas, das quais quatro são dedicadas ao ensino básico do 1.º ciclo e duas a jardim-de-infância - foi apresentado à direção e restante comunidade escolar o projeto desenvolvido para o logradouro, que vem responder a um pedido das/os encarregadas/os de educação, relativamente aos pavimentos. O areão existente, atualmente, na zona dos brinquedos é uma solução comum e de acordo com a legislação em vigor mas, ainda assim, vai ser substituído por superfícies de impacto em material sintético (EPDM) e com pavê. A oferta lúdica dos recreios do 1.º ciclo e do pré-escolar vai ser melhorada com novos brinquedos e jogos tradicionais embutidos no pavê. O projeto, desenvolvido internamente e já apresentado à Associação de Pais, prevê, ainda, a plantação de novas árvores para sombreamento e prolongamento dos muros. A obra deverá decorrer durante a interrupção letiva do verão.

 EB Águas de Moura


Ainda no âmbito da Educação, decorreu uma visita à Escola Básica de Águas de Moura, com obra em curso de requalificação e ampliação que teve início no verão, num investimento superior a 600 mil euros, comparticipado pelo FEDER - no âmbito do PORLisboa 2020 - PDCT-AML (Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da Área Metropolitana de Lisboa. Prioridade de Investimento 10.5 – Investimentos na Educação).
A qualificação deste estabelecimento de ensino, no centro da aldeia de Águas de Moura, contribui para fortalecer a comunidade e criar uma nova centralidade, ajudando à fixação de casais jovens.
Além do edifício antigo que está a ser remodelado, está a ser construído um novo edifício, com 353 metros quadrados e o logradouro, com 865 metros quadrados, está a ser qualificado, permanecendo o campo de jogos, construído há dois anos e será construída uma nova zona de recreio coberto. A acessibilidade e a eficiência energética são preocupações plasmadas nesta empreitada, cuja conclusão se prevê para o próximo verão.



 FIT - Fomento da Indústria do Tomate


A fábrica  FIT, Fomento da Indústria do Tomate, uma empresa com mais de seis décadas de existência, que tem conseguido adaptar-se às novas exigências do mercado foi também local de visita. A FIT apresenta um portfolio diversificado, dentro da indústria de transformação do tomate, com soluções altamente qualificadas e criativas, tirando o melhor partido do excelente tomate produzido na região e no país.
A FIT integra, desde 2007, o Grupo HIT, da qual faz parte, também, a Italagro, em Castanheira do Ribatejo. Por sua vez, em 2012, o grupo HIT tornou-se subsidiário da empresa japonesa Kagome, fundada em 1899, com 2.600 trabalhadoras/es em todo o mundo e uma carteira de clientes que inclui os maiores grupos multinacionais na área da restauração e bebidas, como a McDonald’s, a Pizza Hut, a Subway, a Nestlé ou a Coca-Cola.
Em Portugal, o grupo HIT emprega 210 trabalhadoras/es a tempo inteiro, bem como 600 temporárias/os, no verão, época alta do tomate, que é adquirido a 17 organizações de produtores e mais de 200 agricultores locais. No total, são processadas, anualmente, cerca de 560 mil toneladas de tomate, que dão origem a uma vasta oferta de polpas, concentrados, pastas, molhos, preparados para pizza e massas, bem como sumos e até uma cerveja, bastante apreciada no Japão.
A direção japonesa decidiu criar um novo centro de investigação, na área agro-alimentar, fora do Japão e escolheu, para esse propósito, a fábrica de Águas de Moura, que já está a atrair cientistas nacionais e internacionais. Além disso, prevê investir cerca de sete milhões de euros nesta unidade, ao longo deste ano, em áreas como o tratamento de águas residuais, novas linhas de produção e embalagem e modernização de equipamento. Está, também, em curso uma parceria com a empresa tecnológica NEC, que pretende revolucionar a atividade agrícola.
            O Município e a FIT têm estado a trabalhar, no sentido da regularização de parte da propriedade onde a empresa está instalada, desde 1957, nomeadamente, no que respeita a alterações à delimitação da Reserva Ecológica Nacional, ao abrigo do Regime Excecional de Regularização de Atividades Económicas em vigor. Nesse sentido, a Câmara propôs à Assembleia Municipal, em 2015, a aprovação do pedido de reconhecimento de Interesse Público Municipal. 
            Estas alterações à REN, que aguardam resposta da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, permitirão a regularização de algumas edificações existentes, bem como a construção de uma nova e necessária Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais, investimento que ascende a três milhões de euros.

 Centro Comunitário de Águas de Moura


Tratando-se de um dos principais equipamentos municipais na freguesia, o Centro Comunitário de Águas de Moura não podia ficar de fora do programa de visitas. Depois de algumas intervenções, que permitiram a adaptação daquele que foi o antigo quartel dos Bombeiros de Águas de Moura a esta nova tipologia de utilização - enquanto Centro Comunitário, com valências diversas, nomeadamente, a disponibilização de instalações às instituições locais para o desenvolvimento das suas atividades, da cultura ao desporto – está na altura de avançar com uma remodelação mais profunda do edifício, que lhe permita acolher outro tipo de respostas.
Neste momento,  a autarquia está a finalizar uma candidatura a fundos comunitários, no valor de cerca de meio milhão de euros, com vista à requalificação do edifício, e as acessibilidades são uma das preocupações, pelo que será instalado um elevador que facilita o acesso aos diversos níveis do edifício. Além dos gabinetes de trabalho já existentes e atribuídos às associações locais, serão qualificados os espaços multiusos, para a realização de espetáculos, ensaios, aulas, reuniões ou formação, e mantemos a Loja Social, que será transferida para outra sala. Serão instalados, ainda, o pólo da Biblioteca e um Centro de Recursos para a Juventude. 


 Baixa Comercial de Águas de Moura e ligação com a Estrada Nacional 5

Ainda na aldeia de Águas de Moura, houve oportunidade de falar sobre uma outra candidatura a fundos comunitários, que a autarquia sbumeteu em novembro, para a  requalificação da baixa e zona comercial de Águas de Moura e ligação à Estrada Nacional 5.
            Parte deste projeto deverá ter início nos próximos dias, nomeadamente, a obra de calcetamento da Rua Fundação Gulbenkian, que foi consignada esta semana. A empreitada foi adjudicada por cerca de 77 mil euros, com um prazo de execução de 60 dias.
            No lado nascente da rua, vai ser feito um passeio idêntico ao existente, em calçada miúda e lancil, no troço entre a Rua Alberto Valente e a Rua Hermenegildo Capelo, e no lado poente, o passeio será em calçada miúda, numa zona, enquanto noutra parte será em calçada grossa em calcário e calçada em granito nas entradas inclinadas para propriedades. Pretende-se, assim, garantir a boa drenagem pluvial, a harmonização com as soleiras das casas existentes e o atrito adequado aos acessos inclinados.
            No total, serão cerca de 650 metros de passeio – um contributo para a melhoria da acessibilidade pedonal, na ligação à baixa comercial de Águas de Moura, por forma a valorizar essa atividade.
             Esta intervenção insere-se numa candidatura a fundos comunitários, no valor de 112 mil euros, que inclui, também, outras ações de promoção e valorização do tecido socioeconómico local.