quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Palmela defende criação de um novo Sistema Multimunicipal de Saneamento de Águas Residuais


A Câmara Municipal de Palmela aprovou, por unanimidade, na reunião pública de 7 de dezembro, a emissão de parecer favorável à criação do Sistema Multimunicipal de Saneamento de Águas Residuais da Península de Setúbal, bem como da sociedade concessionária da respetiva exploração e gestão e o Acordo Parassocial a celebrar entre todos os acionistas da Simarsul – Saneamento da Península de Setúbal, S. A.. De acordo com o referido parecer, a autarquia pugna pela constituição de um novo sistema que tenha caráter público, com garantia de acessibilidade económica dos consumidores e participação efetiva dos municípios no processo de criação e gestão do novo sistema.
Este sistema, a criar pelo Governo, através de Decreto-Lei, integra os mesmos utilizadores do anterior, extinto em 2015: Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal e conta com um capital social de 25.000.000 euros.
A Câmara Municipal  reitera as posições que tem manifestado durante este processo, quer através de relações institucionais entre a AMRS – Associação de Municípios da Região de Setúbal  e o Secretário de Estado do Ambiente, quer em reuniões de trabalho com a Águas de Portugal:
·         Reafirma que a constituição de um Sistema de Parceria Pública, em vez da simples reconstituição da Simarsul enquanto Sistema Multimunicipal, é mais consentânea com posições desde sempre manifestadas por aqueles municípios, repondo parte das suas competências na gestão e na exploração dos seus serviços de saneamento. Trata-se de um tipo de sistema que tem criado soluções bem sucedidas, que permitiria criar novas condições de gestão do setor na Península de Setúbal e cuja concretização não deverá deixar de ser considerada

·         Reafirma que o atual processo, também deveria ter em conta as graves consequências a que a Simarsul e os municípios têm estado sujeitos desde 2002/2004 por parte dos Governos de então, devido ao Estado Português, por Decreto-Lei, ter constituído um sistema que integrou o Município de Setúbal  e criado a Simarsul, não tendo acautelado a existência, desde 1997, de uma concessão  neste concelho à empresa Águas do Sado na qual o Estado, por via da AdP- Águas de Portugal, detinha posição maioritária;

·         Reafirma que a não integração do Município de Setúbal na Simarsul é a principal responsável por um desvio tarifário de cerca de 50 milhões de euros acumulados entre 2004 e 2016, bem como pela não realização de importantes infraestruturas naquele concelho, devendo este Município ser compensado pelos prejuízos decorrentes desta situação;

·         Reafirma que é esta situação que está na origem dos graves problemas económicos e financeiros da Simarsul e que ao longo de 12 anos se tem refletido negativamente nas tarifas suportadas pelos municípios e pelas populações da Região de Setúbal;

·         Aguarda que o Governo, na conclusão do atual processo de reversão e com vista a atenuar os impactos negativos, atribua à Simarsul o justo e necessário valor de uma compensação adequada, nomeadamente, através de receita extraordinária adicional sob forma de apoio através do Fundo Ambiental ou de outro instrumento financeiro, a transferir para a Simarsul, sob pena de se comprometer a estabilidade da nova sociedade resultante da reversão;

·         Considera que a solução agora apresentada, não sendo aquela que este município preconiza, cria, apesar de tudo, melhores condições para a intervenção dos municípios no processo de gestão das águas residuais na Península de Setúbal, partindo do pressuposto que, na continuação do diálogo entre as partes, será possível evoluir para uma solução mais conforme com os interesses dos municípios, indispensável para a qualidade de vida das populações, do ambiente e do desenvolvimento económico da Região.