No total, foram retirados do local 121 cães, 35 gatos
e 65 ratazanas domésticas que se encontravam dentro e fora da habitação, em
condições de extrema falta de higiene, configurando uma situação de atentado à
saúde pública. Os animais foram identificados – alguns têm chip eletrónico,
indiciando várias origens - tiveram uma primeira avaliação veterinária no local
e foram instalados num espaço temporário de acolhimento (encontrado pelas
associações de defesa dos direitos dos animais que colaboraram neste processo),
onde receberam os primeiros cuidados de higiene. Alguns animais tiveram de ser
encaminhados para hospital veterinário, por exigirem cuidados médicos. Uma
grande mobilização da comunidade permitiu já adoções e outros animais aguardam
novos donos em famílias de acolhimento ou associações. A Câmara Municipal assume
a responsabilidade da vacinação antirrábica e identificação eletrónica gratuita
de todos os animais adotados.
Esta foi uma ação exemplar em matéria de direitos dos animais,
de saúde pública e, do ponto de vista metodológico, pela cooperação entre a
sociedade civil e as autoridades. Destacaram-se ativamente na operação, que
exigiu uma logística pouco habitual, o grupo GIRA, a SOS Animal, a Associação
Animal, a Associação Sobreviver e, ainda, veterinários voluntários.
Sublinha-se ainda a ação dos trabalhadores municipais
envolvidos (do médico veterinário aos assistentes operacionais), dado que se
tratou de uma atividade extremamente penosa, realizada com grande empenho,
eficácia e sentido de serviço público.