Marateca é lugar de história, de
tradição e de lendas, inspiradas, talvez, pela paisagem serena e bucólica,
marcada pelo sobral, pelas cegonhas que cruzam os céus e pelos arrozais que
nascem nas margens do Sado. É, aliás, em Marateca, que o concelho de Palmela
abraça o rio, ao longo de vastas extensões de sapal que integram a Reserva
Natural do Estuário do Sado e que enriquecem a fauna e a flora locais.
Com 130 quilómetros quadrados de
extensão, Marateca é, desde sempre, ponto de confluência de povos e culturas,
que aqui foram encontrando o seu lugar até aos muitos milhares de pessoas que
utilizam este nó rodoviário, de grande centralidade.
As raízes rurais estão, também aqui,
fortemente vincadas, com destaque para a vitivinicultura, onde as vinhas da
freguesia dão origem a alguns dos melhores vinhos do mundo e novos projetos
continuam a crescer e a frutificar.
Ao longo desta semana de trabalho
descentralizado, o Executivo Municipal auscultou necessidades e problemas,
debateu soluções e prestou contas sobre compromissos já assumidos. A saúde
continua a estar no topo das preocupações do Município, que pretende levar,
para o diálogo com a tutela, dados mais atualizados sobre as diferentes
realidades vividas no concelho.
Esta foi uma oportunidade muito rica
para, uma vez mais, contatar de perto com quem faz deste território um espaço
de desenvolvimento cultural, social e económico, das empresas à comunidade
educativa, passando pelas instituições de particulares de solidariedade social
e pelo movimento associativo da freguesia.
Coleção de Modelismo é motivo de atração
Quem
passa pelo Vale da Abrunheira, dificilmente imagina que ali se esconde uma invejável
coleção de modelismo, de nível internacional, que, entre vários veículos civis,
sublinha a utilização de comboios, navios e aviões enquanto equipamento
militar, enquadrando-o no contexto de cenários de guerra perfeitamente
identificados e de grande rigor histórico.
Os executivos municipal e de freguesia
e técnicos municipais foram convidados a visitar a coleção, desenvolvida e
acarinhada por Carlos Briz, que revelou ter descoberto a paixão pelas
miniaturas e pelo modelismo aos dez anos de idade, por influência de um tio
materno. Uma paixão que frutificou ao longo das décadas seguintes,
traduzindo-se, hoje, numa coleção de vários milhares de peças, com as quais
Carlos Briz compõe, também, dioramas de grande qualidade.
A Guerra da Crimeia (primeiro conflito
com uso de comboios), a Guerra Civil Americana, a Guerra Franco-Prussiana, a Crise
do Sudão, a Guerra dos Boers, a Grande Guerra, a Guerra Civil Russa, a Guerra
Civil de Espanha e a II Guerra Mundial são alguns dos principais conflitos
retratados nos dioramas construídos por Carlos Briz.
Em colaboração com o autor e
proprietário, o Município pretende apresentar este espólio, no concelho, de
forma modular e para assinalar eventos e efemérides, permitindo aos diversos
públicos e, em particular, à comunidade educativa, contactar com esta forma
diferente de viver e aprender História. O material relacionado com comboios e
caminhos-de-ferro reveste-se de especial interesse para o concelho de Palmela,
já que possibilitará sublinhar e valorizar a tradição ferroviária de Pinhal
Novo.
Zambujal alberga o maior viveiro de ostras do país
As visitas de trabalho de
quarta-feira, dia 17, dos Executivos da Câmara e da União de Freguesias de
Poceirão e Marateca tiveram início na Ostradamus, empresa concessionária da
Aquacultura do Texugo, localizada na Herdade do Zambujal. Recordando-nos que o
concelho de Palmela também tem costa e ligação ao rio e ao mar, encontrámos,
aqui, o maior viveiro de ostras do país, com 50 hectares de extensão.
A laborar desde 2012, numa área de
domínio público marítimo (APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra),
onde existiam duas antigas pisciculturas contíguas, a Ostradamus surpreendeu
pela positiva – dedica-se à produção de dois tipos de ostra (plana e angulata),
através de um sistema flutuante, que replica o meio natural, reduzindo o ciclo
de crescimento, fator que constitui uma vantagem competitiva de mercado.
Esta jovem e promissora empresa, com
11 postos de trabalho, está a terminar o seu primeiro ciclo produtivo e
atingiu, este ano, as 100 toneladas de produção, escoadas, exclusivamente, para
o mercado internacional.
Centro Comunitário de S. Pedro dá nova vida à Escola de Cajados
As visitas de quarta-feira de manhã
prosseguiram no edifício da antiga escola do 1.º ciclo do Ensino Básico de
Cajados, com a assinatura do contrato de comodato entre a Câmara Municipal e a
Cáritas Diocesana de Setúbal, para cedência do referido edifício ao Centro
Comunitário de S. Pedro.
O contrato de comodato, celebrado por
um período de vinte anos, envolve um edifício com a área de 2.200 metros
quadrados e o valor patrimonial de 81.160 euros. O Centro Comunitário promoverá,
no local, ações de formação destinadas às famílias em situação de vulnerabilidade
psicossocial e económica da União de Freguesias de Poceirão e Marateca.
A Cáritas Diocesana de Setúbal
desempenha um papel fundamental nas respostas sociais ao território, constituindo,
este apoio, um reconhecimento do relevante interesse público da instituição.
Na cerimónia de assinatura do
contrato, o Presidente da Cáritas, Eugénio da Fonseca sublinhou «o trabalho
desenvolvido, em parceria, ao longo dos anos» e afirmou a vontade de trabalhar
«com as forças vivas» da terra.
Para Álvaro Balseiro Amaro «o
território merece respostas específicas». O Presidente da Câmara Municipal
afirmou a sua convicção de o Município está no caminho certo, ao promover a
refuncionalização de edifícios e fez votos de que «o equipamento volte a ter
muita vida».
No final, foram apresentadas as obras
de adaptação do edifício, que integra, entre outras valências, salas de apoio
pedagógico e psicológico, gabinete técnico de coordenação, gabinete de
atendimento, cozinha/sala de refeições, sala de formação, sala de atividades
lúdicas e biblioteca.
Vinhos da Adega Monte D´Agualva já circulam na Europa
A manhã de dia 17 integrou uma visita
à Adega Monte D´Agualva, uma empresa familiar estabelecida há mais de uma
década na freguesia de Marateca, na localidade de Bairro Margaça, onde está
instalado o centro de vinificação e armazenamento de vinhos.
A Adega Monte D´Agualva foi fundada a
22 de março de 2003, com a designação de Celestina e Gomes, Lda., dando
continuidade a um percurso familiar ligado à vitivinicultura. A aposta nas
técnicas de viticultura e enologia mais atuais tem permitido a produção de
vinhos de qualidade, contando, atualmente, com a produção de vinhos tinto,
branco, rosé, licoroso e vinhos tintos regionais, da responsabilidade do
enólogo Jaime Quendera.
Dotada
de tecnologia moderna, a adega possui as mais recentes técnicas para produção
de vinhos, com cubas de fermentação controlada e linha de engarrafamento,
garantindo, deste modo, o controlo de todas as fases do processo e a qualidade
do produto final.
Atualmente, a empresa possui 17,5
hectares de vinhas – vinha da adega, vinha do Moinho Novo e vinha da Aroeira,
onde são cultivadas diversas castas, nomeadamente, Merlot, Allicante Bouchet, Aragonês, Syrah, Verdelho, Arinto, Fernão Pires, Castelão e Moscatel. Os seus
vinhos já circulam no mercado internacional, com destaque para a Alemanha,
confirmando a sua aposta na modernização e a vocação da freguesia como terra de
vinhos. A obtenção da certificação do Moscatel, apresentado na recente edição
da Mostra de Vinhos de Fernando Pó, reforça as boas expetativas para esta
adega.
Crianças apresentam propostas para dinamização do Centro Comunitário de Águas de Moura
Na manhã de sexta-feira, 19 crianças da
E.B. de Águas de Moura e da União Social Sol Crescente reuniram no Centro Comunitário de Águas de Moura, para apresentarem
as suas ideias e projetos para este equipamento ao executivo municipal. A comunidade
educativa respondeu, assim, ao desafio proposto pelo Município, no âmbito do
projeto de participação cidadã “Eu Participo!”, e o resultado deixou-nos, uma
vez mais, surpreendidos com a grande criatividade e capacidade de intervenção
das nossas crianças – o que nos deixa, também, confiantes no futuro que estes
pequenos/grandes cidadãos serão capazes de construir.
Este processo, teve início, na
Marateca, em abril passado, com uma visita ao equipamento, que gerou um
conjunto de propostas coletivas, envolvendo um total de 60 crianças do 1º ciclo
e 20 do pré-escolar, apresentadas à Câmara, esta manhã, em assembleia.
A realização de uma semana do desporto
ou a criação de uma programação com atividades diversificadas, nas áreas do
teatro, dança, cinema, oficinas várias, ludoteca, exposições e canto,
especialmente vocacionada para as crianças, são algumas das respostas ao
desafio proposto pela Câmara, que garantiu estar em condições de concretizar
algumas atividades já no próximo ano letivo.
O projeto “Eu Participo!”, em Águas de
Moura terá continuidade, com a criação, entre outras medidas, de uma caixa de
reclamações no equipamento e a realização de um conselho de crianças do Centro
Comunitário, por sugestão dos participantes.