segunda-feira, 28 de maio de 2018

Município conclui semana de trabalho dedicada à freguesia de Quinta do Anjo


Aquela que é a freguesia mais pequena do concelho de Palmela, com 53,4 quilómetros quadrados – e, ainda assim, maior que muitos municípios – é enorme na sua diversidade e riqueza, somando, no interior das suas fronteiras, o melhor que temos para oferecer.
São incontornáveis o peso e a visibilidade da indústria neste território, quer por força do Parque Industrial da Autoeuropa e suas empresas fornecedoras, quer, também, por todo um conjunto de empresas que têm vindo a instalar-se em Vila Amélia, em áreas como a robótica e a automação, embalagens e papelaria, alimentação, materiais de construção e muitas outras, sempre com tecnologia de ponta e uma carteira de clientes internacional, que sabe que temos, no nosso concelho, empresas de referência mundial. Consciente do papel destas empresas para a economia da região, reforçando o tecido económico, produzindo riqueza e contribuindo para o dinamismo e o avanço tecnológico e de investigação, o Município tem vindo a estudar, há vários anos, as melhores soluções para a correta infraestruturação da zona industrial de Vila Amélia. Neste momento, fruto de uma candidatura ao Portugal 2020, HUB10 – Plataforma Humanizada de Conexão, o Município prepara-se para dar início a uma grande empreitada de obras para a valorização daquela área e promoção de uma mobilidade mais sustentável, que arranca com a beneficiação da Estrada de Vila Amélia, uma das principais entradas a poente no concelho, com a construção de uma rotunda no eixo de ligação aos diferentes concelhos. Com a revisão das concessões com as empresas transportadoras, o Município está confiante de que será possível resolver os problemas da falta de transportes públicos na zona e concretizar a ligação à Estação Ferroviária da Penalva, determinante para grande fatia das/os trabalhadoras/es que se deslocam para esta área.
Acreditamos, no entanto, que o segredo para a sustentabilidade dos territórios está na preservação e valorização do que é endógeno, e a freguesia de Quinta do Anjo tem sabido manter bem vivas as suas tradições, marcando lugar nas mesas mais exigentes, com vinhos afamados, os melhores moscatéis do mundo e o Queijo de Azeitão DOP, parte integrante da Mesa de Palmela, pré-finalista no concurso nacional “7 Maravilhas à Mesa". E, também aqui, tem sido possível inovar, com novas produções que aproveitam as excelentes condições edafoclimáticas da região – caso da framboesa, como tivemos oportunidade de verificar. A crista da Serra do Louro, com os seus moinhos de vento, os rebanhos que pastam nas encostas da Arrábida e os vestígios arqueológicos que se estendem pela serra e que têm um dos seus expoentes nos Sepulcros Neolíticos, reconhecidos internacionalmente pela importância da cerâmica campaniforme, marcam a paisagem e constituem mais alguns dos seus inúmeros encantos.
Ao longo desta semana, apresentámos os projetos e candidaturas que estamos a desenvolver, no âmbito do Portugal 2020, e procurámos acompanhar o forte dinamismo que se vive nesta freguesia, com visitas a empresas e a obras em curso, reuniões com associações locais e IPSS e momentos públicos, para contactar com as populações. Num momento em que o Município procura conhecer mais sobre o passado e a história desta freguesia, recolhendo memórias fotográficas e orais através do projeto “Álbum de Família”, a Semana da Freguesia de Quinta do Anjo 2018 dá mais um passo em direção ao futuro que, aqui, estamos a construir.

Município reuniu com moradoras/es de Olhos de Água e Portais da Arrábida

O associativismo tem sido um tema em destaque neste ciclo de Semanas das Freguesias 2018 e, neste capítulo, o Município tem prestado particular atenção às Associações de Moradores, cujo trabalho nem sempre é do conhecimento geral, mas que têm um papel fundamental na dinamização local, na ligação com as autarquias e no recenseamento de questões e desenvolvimento de projetos que vão ao encontro dos interesse específicos das respetivas comunidades.
O programa da Semana da Freguesia de Quinta do Anjo abriu, assim, com uma reunião, na segunda-feira à noite, com a Associação de Moradores de Olhos de Água, que está com uma forte dinâmica, na qual participaram eu próprio, a Sr.ª Vereadora Fernanda Pésinho, o Sr. Vereador Luís Miguel Calha e membros da Junta de Freguesia.
Um dos assuntos recenseados, anteriormente, dizia respeito ao espaço de jogo e recreio da associação, pelo que aproveitámos para fazer o ponto de situação das iniciativas em curso, com vista à legalização da área onde está instalado o equipamento, junto à sede, e que resulta de uma cedência de parte de um lote vizinho. Decorre nos serviços do Município o levantamento topográfico para clarificação da implantação do espaço.
Na ocasião, foram identificadas, pela direção da associação, outras necessidades, nomeadamente, a instalação de placas direcionais para a sua sede, onde funciona também um atendimento de saúde, e a alteração da sinalização de trânsito dentro do bairro - há uma proposta que nos foi dirigida e que estamos a analisar e, tendo sido validada pela população acreditamos que, não havendo objeções de natureza técnica, poderemos avançar com estas alterações.
 Tratámos, também, de questões relacionadas com a regularização das ligações à rede de esgotos que existe no local, mas alguns lotes de terreno não reuniram, ainda, toda a documentação e as condições para o efeito - assuntos que encaminhámos para os serviços municipais para análise mais detalhada.
Também a ausência de oferta de transporte público rodoviário nas ligações a Quinta do Anjo e Pinhal Novo esteve em análise.
Na terça-feira, ao serão, o Sr. Vereador Adilo Costa reuniu na sede da Junta de Freguesia de Quinta do Anjo com um conjunto de moradoras/es da urbanização Portais da Arrábida para discutir questões relativas a estacionamento, num encontro promovido pelo Sr. Presidente da Junta. O Município levou um estudo, na sequência, até, de alguns abaixo-assinados que nos fizeram chegar. Ouvimos as propostas das/dos moradoras/es e estamos, agora, a procurar melhorar a proposta, que consiste, basicamente, na alteração de sentidos de trânsito e criação de bolsas de estacionamento.
Estes momentos de contacto não substituem o relacionamento entre o Município e o movimento associativo, ao longo de todo o ano – pelo contrário, permitem reforçar o diálogo e os laços de parceria e agilizar a resolução de questões de gestão corrente, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.

Visitas sublinham diversidade do tecido económico

Como habitualmente, nas manhãs de quarta-feira destas semanas descentralizadas, uma comitiva, constituída por eleitas/os e técnicas/os do Município e da Junta de Freguesia, bem como as senhoras e os senhores jornalistas, realizou um périplo pela freguesia para conhecer um conjunto de empresas e obras.
- Começámos num conjunto de três empresas – Baga Lusa, Softberries e Em Busca da Origem – que se associaram na Herdade Alagoas, em Quinta do Anjo, para a produção de framboesa. Um projeto muito interessante, que produz, quase exclusivamente para exportação, através da organização nacional Be Fruit, para Bélgica, França, Alemanha e Escandinávia, apesar do interesse nacional nos chamados “frutos vermelhos” estar a aumentar, pelos comprovados benefícios para a saúde. Os proprietários deram a conhecer algumas dificuldades no recrutamento de mão de obra, dada a sazonalidade desta cultura, que está, também, muito dependente das condições atmosféricas. Nestas terras férteis, paredes meias com a Arrábida, cada hectare produz, em média, 20 toneladas de framboesa por ano.

- Visitámos, depois, a obra em curso de ampliação e reabilitação da Escola Básica Matos Fortuna, em Quinta do Anjo. Tivemos oportunidade de confirmar o ritmo da obra, cujo núcleo principal – salas e refeitório – queremos que esteja concluído no início do próximo ano letivo, permitindo o normal arranque das aulas, terminando-se os restantes trabalhos, nomeadamente, o pavilhão multiusos, até ao final do ano. Esta ampliação permitirá integrar mais 52 alunas/os do primeiro ciclo e o funcionamento em regime de horário normal (escola a tempo inteiro) e disponibilizar salas para as atividades de apoio à família. No total, a escola ficará capacitada para acolher 439 alunas/os - 75 do pré-escolar e 364 do 1.º ciclo do ensino básico. 
Este é um investimento global superior a 880 mil euros (cofinanciado em 50% pelo FEDER, ao abrigo do PORLisboa 2020/Portugal 2020, no âmbito do Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da Área Metropolitana de Lisboa - Prioridade de Investimento 10.5 – Investimentos na Educação) que, além da requalificação e/ou construção de salas de atividades para o pré-escolar e de salas de aula para o 1.º ciclo, está a requalificar espaços como a biblioteca, as áreas de refeições e outras áreas destinadas à gestão e administração. A obra integra, também, a construção de uma sala polivalente, a utilizar maioritariamente para fins desportivos, e a escola será apetrechada com material didático, mobiliário escolar, equipamento informático, eletrónico e redes de informação e de comunicação. 
O espaço exterior também está contemplado, com a construção de recreio coberto para o pré-escolar e outro para o 1.º ciclo, a requalificação dos recreios exteriores do pré-escolar e do 1.º ciclo de ensino e a construção de um campo de jogo informal. 

- Seguimos, depois, para uma visita às instalações da Amcor, líder global no desenvolvimento e produção/impressão de embalagens de plástico, que está em cerca de duas centenas de localizações, em mais de 40 países, e conta com 35 mil trabalhadoras/es. Esta empresa tem na cultura de segurança um dos seus pilares e trabalha para setores diversos, como alimentação, bebidas, indústria farmacêutica, equipamentos médicos, produtos de higiene pessoal e domésticos, entre outros, adaptando soluções às necessidades específicas de cada área e dos clientes, através de uma gama variada de embalagens flexíveis. Mais de 85% da produção destina-se à exportação, sobretudo, para a Europa ocidental.
A unidade de Palmela nasceu em 1952, originalmente em Lisboa e sob o nome Neocel, e integra o grupo internacional Amcor desde 2001. Em 2005, apostou na flexografia, reconhecendo a importância desta tecnologia inovadora no futuro do setor, e hoje é uma das quatro unidades portuguesas, empregando 107 trabalhadoras/es, divididos, na área da produção, por três turnos rotativos. Depois de um forte investimento em nova maquinaria, no ano passado, está a mudar o mix de produtos para ser considerada estratégica na política de crescimento do grupo e espera um volume de negócios, em 2018, na ordem dos 20 milhões de euros.



- Terminámos a manhã na Mundimat, empresa que está a celebrar o seu vigésimo aniversário e tem sede no nosso concelho, em Vila Amélia, e delegações em Lisboa e Portimão. A reabilitação e manutenção de edifícios, bem como a distribuição de materiais de construção, são os seus principais eixos de negócio, aos quais se juntou, há seis anos, as limpezas pós-obra, industriais, entre outras. Além do território nacional, Espanha e os PALOP são os seus principais mercados.
O número atual de trabalhadoras/es ronda as duas centenas, com flutuações nos períodos de maior atividade, mas deverá aumentar em breve, já que a empresa está a recrutar para acompanhar a atual fase de expansão. Obras nos aeroportos de Lisboa e Faro, no Freeport e vários centros comerciais ibéricos, a construção de supermercados nas zonas centro e sul e o auditório da St. Peter’s School estão entre o portfólio da empresa.
Nestas visitas ao território, procuramos sempre, recolher, junto das empresas, as suas preocupações e necessidades. Conferimos aspectos de melhoria da rede viária, mas é preocupante a falta de transporte coletivo rodoviário. O Município tem estado, no âmbito da Área Metropolitana de lisboa, a trabalhar nas soluções e propostas para várias zonas do território a integrar o dossiê para as novas concessões, que terá de estar fechado até outubro de 2019, esperando-se que a empresa que vier a ganhar o concurso responda a esta necessidade, nomeadamente, de carreiras regulares, quer para a distribuição de trabalhadoras/es pelas diversas empresas, quer para a ligação à Estação Ferroviária da Penalva. Paralelamente, certas comunidades em território periurbano poderão vir a ter respostas no âmbito do chamado “transporte flexível”.



Município e Freguesia em sintonia nas prioridades para este território

No período da tarde de quarta-feira, realizámos a habitual reunião com o Executivo da Junta de Freguesia, para fazer um ponto de situação sobre várias obras em curso ou a realizar (em particular, o conjunto de candidaturas a fundos comunitários que incidem sobre esta freguesia, cujos projetos estiveram patentes na reunião pública e estão, agora, em exposição na Junta de Freguesia), apresentar projetos a desenvolver e discutir e recensar, também, assuntos de gestão corrente.
Falámos, por exemplo:
- da necessidade de reabilitar o Jardim de Cabanas, e demos nota à Junta de Freguesia do estudo preliminar que já foi feito e, que tendo sido aprovado pelos serviços municipais, vai dar origem à elaboração do estudo prévio e adjudicação do projeto;
- Apresentámos, com maior detalhe, a Ciclovia de Quinta do Anjo (no âmbito do projeto Ciclop 7), cujo concurso público está a decorrer. Trata-se de uma pista ciclável e pedonal, que se desenvolverá entre as urbanizações Colinas da Arrábida e Portais da Arrábida. A obra da Ciclovia decorrerá entre 2018 e 2019, com início previsto para o último trimestre do ano;
- Ainda sobre o HUB 10 – projeto intermunicipal, que engloba, numa primeira fase, os Municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal – recordámos o facto de já termos adjudicado a Estrada de Vila Amélia, no entroncamento da Rua dos Fazendeiros, onde iremos ter uma interseção (oval ou circular). Além da beneficiação da via, a obra inclui um corredor ciclável, passeio, zona para paragem de transportes públicos e infraestruturação de água e saneamento. Numa segunda fase, interviremos na área entre a chamada “rotunda da Makro” e S. Gonçalo. Estas duas fases representam um investimento de cerca de um milhão e quatrocentos mil euros, cofinanciado em 50% pelo Portugal 2020, e permitirão reformular, completamente, esta importante entrada do concelho;
- Informámos, também, sobre o estudo para soluções de transporte flexível em território periurbano, que está concluído e identifica muito bem as soluções necessárias para os problemas colocados, hoje, pelas empresas que visitámos. Este estudo justifica as nossas opções, que estão plasmadas no trabalho que desenvolvemos de suporte ao concurso para as novas concessões;
- Falámos, também, do problema que estamos a ter com a obra de ampliação e requalificação da Escola Básica de Cabanas, nomeadamente, com o incumprimento do empreiteiro. Estamos a tratar da rescisão do contrato com a empresa e o processo está a tramitar juridicamente. Esperamos, em junho, abrir novo concurso para a sua conclusão;
- Relativamente ao Mercado Municipal de Quinta do Anjo, informámos a Junta sobre a candidatura que efetuámos a um programa da ADREPES, relacionado com Mercados de Produtores e circuitos curtos para distribuição de produtos locais, com vista à requalificação do edifício, nomeadamente, ao nível de pintura, refuncionalização, intervenção no telhado, melhoria dos arranjos exteriores, bancas, etc. Independentemente do resultado da candidatura ainda não ser conhecido, já incluímos o valor na revisão ao orçamento e a obra arranca no segundo semestre do ano;
- Demos, também, conhecimento de que temos estado, ao longo dos últimos meses, a fazer diligências junto de uma entidade bancária, encontrando-se na fase final de decisão, com vista à aquisição de dois pequenos lotes, entre a Estrada Nacional e o Mercado. Temos a intenção de fazer uma zona de gare para autocarros e uma bolsa de estacionamento, fundamental na zona central da aldeia, contribuindo, também, para consolidar o tecido urbano.

- O Município vai ceder um terreno no Bairro Alentejano/Bairro dos Marinheiros à Junta de Freguesia de Quinta do Anjo para construção de um Espaço de Jogo e Recreio. Não foi possível trazer essa cedência à reunião de Câmara desta semana, mas formalizaremos a cedência numa próxima oportunidade;
- Relativamente a algumas questões sobre infraestruturas a realizar, estão em plano a pavimentação da Rua das Laranjeiras, no Bairro Assunção Piedade, a Rua da Beira Litoral, nos Brejos de Carreteiros, e a Rua José Ferreira Calote (2019), bem como as infraestruturas da Rua Ferreira Caramelo e Rua da Esperança;
- A Junta questionou, também, o Município relativamente a um extenso conjunto de questões pertinentes, nomeadamente, instalação de sanitários públicos em espaços muito vivenciados, como o Parque de Merendas de São Gonçalo e o Circuito de Manutenção de Quinta do Anjo (vamos analisar a classe de espaço, as necessidades que criam, depois, em termos de manutenção, limpeza e vigilância, e voltaremos a falar); reforço de contentores de RSU, parque infantil e plantação de árvores na Praceta Antero de Quental, nas Colinas da Arrábida; sustentação do talude na linha de água que atravessa as Colinas (estamos a preparar uma intervenção a dois tempos, estando já previstos para o verão trabalhos de limpeza da linha de água e reforço do talude; iluminação exterior do Cemitério de Quinta do Anjo e do Circuito de Manutenção do Bairro dos Marinheiros; a instalação de bandas cromáticas nas ruas Manuel Martins Pitorra e António José Marques, em Quinta do Anjo, e na parte de baixo da Rua 5 de Outubro; a remoção de palmeiras doentes nos Portais da Arrábida, que serão substituídas por espécies autóctones; iluminação pública.

Na sequência desta reunião, visitámos, depois, alguns locais onde iremos ou estamos, já a intervir. É o caso das Grutas Artificiais de Casal do Pardo, em Quinta do Anjo, para dar a conhecer mais um pouco do processo de escavação arqueológica em curso neste Monumento Nacional - 141 anos depois da data de descoberta deste emblemático espaço funerário - trabalhos promovidos pelo Município de Palmela, em parceria com a UNIARQ e a Arqueohoje. Esta intervenção insere-se num programa de valorização das Grutas Artificiais do Casal  do Pardo e apoio à interpretação museológica do sítio e enquadra-se no programa “PRARRÁBIDA – Valorização de Sítios Arqueológicos”, promovido por Palmela e cofinanciado pelo PORLisboa2020, no âmbito do PDCT-AML (Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da Área Metropolitana.
Além da musealização do sítio arqueológico, vamos fazer uma intervenção paisagística, que valorize e proteja o local e favoreça a sua fruição. Integra um passadiço em madeira, cortina arbórea, sinalética, vedação e estacionamento, e está, também, a ser desenvolvida uma brochura trilingue para a interpretação do espaço, revelando a nova informação recolhida nesta escavação. Está tudo adjudicado, aguardando-se, apenas, o parecer da Direção-Geral do Património Cultural.
Esta construção remonta ao Neolítico final, mas foi utilizada durante todo o terceiro milénio, inscrevendo-se numa tradição arquitetónica mediterrânica. Identificadas e escavadas em 1876 pela Comissão dos Serviços Geológicos, as Grutas Artificiais de Casal do Pardo constituem um sítio paradigmático do hipogeísmo em Portugal e o seu importante espólio, recolhido nas escavações de 1876 e 1907, está no Museu Geológico e no Museu Nacional de Arqueologia, respetivamente, destacando-se o conjunto de cerâmicas e espólio associado ao Campaniforme, contexto local de um fenómeno  europeu que surge no final do Calcolítico.
Abordámos, ainda, o projeto “Janela da Arrábida”, a desenvolver no Espaço Fortuna, verdadeira porta de entrada na Arrábida, na sequência de uma candidatura (também no âmbito do Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da Área Metropolitana), inserida na operação “PRARRÁBIDA”. Pretende-se que a intervenção reforce a multidisciplinaridade do espaço e a sua ligação com a envolvente natural.
A reabilitação deste local emblemático será, particularmente, ao nível da arquitetura paisagista, cujo cerne será a instalação da exposição permanente, de cariz museológico, dedicada à Arrábida, e uma maior fruição deste espaço privilegiado. Contempla, também, estacionamento, parque de autocaravanas e zona de receção para visitantes. O projeto custou 33.825 euros e a obra está orçada em 445 mil euros.

Centro Jovem Tejo é resposta social insubstituível
no âmbito das dependências

Durante a tarde de quinta-feira, eu próprio, o Sr. Vereador Adilo Costa e técnicas da autarquia reunimos com o Presidente da Direção do Centro Jovem Tejo, Elísio Barros, nas instalações da Comunidade Terapêutica Luís Barros, em Quinta do Anjo, que tivemos oportunidade de visitar, contactando, também, com a equipa de trabalho e os jovens, que fizeram questão de nos mostrar aquela que é, no momento, a sua casa e de partilhar os objetivos que têm para o seu futuro.
Este é, sem dúvida, um projeto de grande mérito, com muitas provas dadas, que vê, no entanto, a sua continuidade ameaçada pelas políticas definidas por entidades que deveriam ser o seu principal suporte. É do conhecimento das senhoras e dos senhores jornalistas a moção, apresentada pela maioria e aprovada por unanimidade na reunião pública de quarta-feira, em que explanamos com maior detalhe a situação atual desta Instituição Particular de Solidariedade Social, de âmbito nacional – uma das únicas três que desenvolvem este tipo de trabalho no país.
Além das incomportáveis dívidas da Segurança Social, que ascendem já a mais de 25 mil euros, a incompatibilidade entre o enquadramento legal – um despacho que define um limite de 18 meses para a permanência destes jovens em tratamento, com apoio do Estado – e os despachos dos tribunais, que encaminham estes jovens para a instituição por períodos que podem ultrapassar esse limite, bem como o desrespeito pelas necessidades reais dos utentes e das suas famílias, contribuem para a situação de rutura que se vive, com falta de capacidade para fazer face às dívidas a fornecedores e às despesas do quotidiano. A IPSS não abandona os jovens que necessitem de permanecer além dos 18 meses, mas não terá qualquer apoio da tutela relativamente a esses internamentos, o que representa um avultado investimento. Acresce a extrema flutuabilidade da convenção estabelecida, que paga à cabeça e ao dia, o que retira toda a capacidade de planeamento, submetendo a instituição a uma situação de extrema precariedade.
Instalada no concelho de Palmela há 30 anos, esta IPSS desenvolve um programa terapêutico biopsicossocial, hierárquico e democrático, aprovado pela Organização Mundial de Saúde, com resultados comprovados, sendo de sublinhar a não existência de fugas, num contexto de “portas abertas”, e o elevado sucesso escolar, com o apoio de docentes da EB Hermenegildo Capelo e da Escola Secundária de Palmela, que lecionam nas instalações da instituição. Os afetos, o respeito, o envolvimento em diversas atividades lúdicas e desportivas, a inserção na comunidade e o desenvolvimento de um projeto de vida são alguns dos fatores que garantem o sucesso deste modelo, sempre com acompanhamento de uma psiquiatra e de uma equipa de psicólogos, porque não podemos esquecer que a dependência, em qualquer uma das suas formas, é um problema de saúde mental.
Tal como mencionado na moção, que o Município fará chegar às entidades competentes, a autarquia e o Centro Jovem Tejo defendem a reversão imediata desta situação e o pagamento dos valores em dívida pelo Estado, que deve ser um parceiro honrado, bem como o estabelecimento, o mais rapidamente possível, de acordos justos e equilibrados, à semelhança dos que existem, já, com as Unidades de Cuidados Continuados. Além da moção, o Município continuará, no plano institucional e político, a exercer pressão para a rápida resolução deste problema, em concreto, e para uma nova visão global sobre a área social e o apoio às IPSS que, independemente das valências que providenciam, continuam a debater-se para sobreviver e proporcionar condições condignas às/aos utentes.
No âmbito desta reunião, sublinhámos, também, o nosso empenho em continuar a ajudar na abertura de outras portas e soluções, nomeadamente, através do Mecenato, à semelhança do que aconteceu, recentemente, com a FIAPAL, que fez uma doação monetária e de equipamento, não esquecendo outras medidas de apoio do Município, como um protocolo já estabelecido com a Palmela Desporto para o acesso dos jovens a atividades desportivas, a tarifa social da água ou o envolvimento em diversos projetos e eventos municipais.